quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ballet sem Preconceitos (parte 4)

Desculpa a demora.... semana corrida e difícil... nada como falar de Ballet para me acalmar...^^
Atrasado.... PARABÉNS A TODAS AS BAILARINAS QUE VISITAM O BLOG....




A 4º historia:  O Giro da Bailarina

Keyla Ferrari conseguiu mudar a coreografia da vida de crianças e adultos

Todos os sábados, maria aparecida Tenca arruma os cabelos em um alto rabo-de-cavalo, passa sombra nos olhos, capricha no batom cor-de-rosa. A mãe a ajuda a vestir colante e saia, calçar as sapatilhas tamanho 31. Com alegria de menina, se prepara para a aula de balé. Mas Maria Aparecida não é mais criança. E também não é como as bailarinas comuns. Aos 47 anos, nunca andou. Vítima de paralisia infantil e encefalite, doença que causa inflamação no cérebro, o enredo de sua vida se desenvolve sobre uma cadeira de rodas. Também pensa com mais lentidão e tropeça nas palavras. O tempo de Maria Aparecida é outro. Não a impediu, porém, de ter um sonho insólito para alguém sem o movimento das pernas: ser bailarina.



De sua cadeira de rodas, ela via suas irmãs bailar nas apresentações da academia. "Eu colocava a cadeira dela na primeira fila. E ela ficava lá, sonhando com os olhinhos abertos", diz a mãe, Therezinha Tenca, de 72 anos. Parecia um daqueles sonhos tão distantes quanto ganhar na loteria, mas hoje Maria Aparecida gira sobre as rodas de sua cadeira. Com os braços, executa movimentos leves, delicados. No rosto, um sorriso. "Eu jamais pensei que ela pudesse dançar", diz a mãe. Maria Aparecida dança desde que, em 2002, uma bailarina chamada Keyla Ferrari garantiu que ela podia.



Keyla abandonou uma carreira de bailarina profissional para ensinar crianças e adultos com deficiência a dançar. "Com o passar dos anos, fui me cansando de ensaiar horas e horas só para ganhar troféus e dançar em palcos de teatros. Eu precisava de mais", diz. Aos 17 anos, junto com dois amigos, começou a botar a ponta das sapatilhas em refeitórios de asilos na pequena cidade de Salto, a 105 quilômetros de São Paulo. Logo, convites de orfanatos e instituições de pessoas com deficiência começaram a chegar de vários municípios da região. "Nesses lugares, recebi os aplausos mais verdadeiros da minha vida", afirma Keyla.


LIVRE

Maria Aparecida nunca andou. Com Keyla, ela dança. E diz não se sentir mais presa à cadeira de rodas

Numa das apresentações, crianças com deficiência mental não se contentaram em olhar. Juntaram-se a Keyla num balé improvisado. Mostraram à bailarina que queriam dançar. Daquele dia em diante, ela passou a ensinar coreografias a cegos, surdos, gente em cadeira de rodas, com deficiência mental e síndrome de Down. Há cinco anos, criou a ONG Centro de Dança Integrado (Cedai), em Campinas.Lá, Adriana Rodriguez faz dos braços seus aliados. Com eles, gira a cadeira de rodas, movimenta-os para um lado, para outro, segura um véu com o qual executa uma dança sensual. "Dançando, sou emoção à flor da pele", diz ela, aos 28 anos, desde os 13 sem poder andar.



Assistir aos espetáculos do grupo é um teste para o olhar, acostumado a associar dança a bailarinas magras, pernas no ar. No Cedai, há espaço até para pessoas que não mexem um músculo sequer do pescoço para baixo. Esses, diz Keyla, dançam com os olhos. Há também alunos surdos que, sem jamais ter escutado, fazem aulas de sapateado. Pela vibração dos sons, eles sentem o ritmo da música e compõem as coreografias. "A condição aparente das pessoas com deficiência limita nosso olhar. Estar numa cadeira de rodas não significa que aquela pessoa está impedida de dançar", diz Keyla. "A imobilidade está na paralisia emocional das pessoas."


Keyla dança com os alunos. Nas coreografias, ela inverte os papéis: senta na cadeira de rodas enquanto a aluna executa movimentos no chão. "Quando tombo a cadeira de uma delas, o público perde a respiração", diz. Ao final das apresentações, as platéias se emocionam. "Quando vejo as pessoas chorando, fico realizada, porque consegui passar toda a emoção que sinto dançando", afirma Adriana.

Os bailarinos do Cedai enfrentam as adversidades de cidades planejadas para quem caminha, vê e ouve. No Brasil, há mais de 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência - quase 15% da população. Precisam, a cada dia, romper barreiras aparentemente simples como sair de casa, atravessar a rua, ler uma placa. "Foram muitos os ônibus não-adaptados que vieram nos buscar para apresentações. Nesses casos, eu e outros voluntários carregamos as meninas e as cadeiras", diz Keyla. Para dançar em shoppings, eventos e escolas, ela exige transporte e alimentação. "Ainda sonho com o dia em que todos ganharão um cachê, como acontece com quem não tem deficiência", afirma.


Tem até um livro:
"Somente quando houver inclusão social incondicional haverá esperança de um mundo melhor. Pense nesta proposta!!!

O giro da bailarina mostra como a convivência e a aceitação das diferenças e das limitações são benéficas para os próprios deficientes e, sobretudo, para a sociedade. "










Deficiente ou não, todos têm sonhos...
Ballet é para TODOS !!!


Reportagem Realizada: 23/02/2007
Atualizada: 15/06/2009
 
 
bjs...^^

3 comentários:

  1. Fantástica esta reportagem! Todos nós temos direito de sonhar e de correr em busca da realização dos mesmos, realmente “o Ballet é pra todos”!
    Adorei o post!

    Tays, deixei um Selinho pra você, ta lá no blog, Ok?

    Beijão, e uma ótima sexta-feira pra você!

    ^^

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